(QUINTA-FEIRA SANTA)
O GESTO DO LAVA-PÉS (Jo 13, 1-15)
Pedro não aceita, não pode admitir que os superiores,
os mais dotados, aqueles que são alguém na vida devam pôr-se ao serviço dos
últimos. Então reage em nome de todos. Surpreendido, começa por fazer uma
pergunta: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?», depois rebela-se: «Nunca hei-de
consentir que me laves os pés». É a
recusa de aderir à proposta contida no gesto do Mestre.
Jesus não se admira da sua incapacidade em
compreender. Não é fácil assimilar a lógica do dom e do serviço gratuito.
A resposta categórica de Jesus põe em evidência a
gravidade da posição de Pedro. Se não aceita gastar a vida no serviço humilde
aos necessitados, não tem nada que ver com Ele. Este é o significado da
expressão: «Não podes partilhar da minha vida».
A Eucaristia deve ser acompanhada de uma atitude de
humildade e de serviço solidário.
O trecho evangélico do Lava-pés diz-nos quem é o homem
verdadeiramente livre: é aquele que renunciou a todas as atitudes que
caracterizam os poderosos: a arrogância, ambição, a auto-sufeciêcia, o domínio
sobre os outros e escolheu o serviço. Lavando os pés aos discípulos, Jesus – o
Mestre, o Senhor – indicou o caminho do novo êxodo: da escravidão do egoísmo à
liberdade de doar-se aos outros.
Padre João
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